domingo, 18 de outubro de 2015

Resenha: Um caso perdido - Colleen Hoover

Título Original: Hopeless
Autor: Coleen Hoover
Editora: Galera Record
Páginas: 384
Gênero: Romance
País: EUA
Onde comprar: SubmarinoSaraiva


Realista, envolvente e impactante, são três adjetivos que cabem para descrever esse livro, porém não chegam perto de transmitir o teor dessa história. Colleen, autora de Métrica e Pausa, nos traz uma história que foge dos clichês.
Sky é uma garota de 17 anos que não tem celular, televisão ou computador. Ela foi adotada e sua mãe optou por educá-la em casa. Sky tem fama de promiscua, assim como a sua melhor amiga Six, por isso, em seu primeiro ano na escola acaba sendo vítima de algumas peças pregadas por outros estudantes. Ela não sente nada pelos garotos com quem se relaciona e não se importa com os boatos que correm sobre si, até que conhece Holder.


"A verdadeira razão pela qual gosto de ficar com garotos é a seguinte: me sinto completa e confortavelmente entorpecida." 

Ah Holder! Com pinta de bad boy, o garoto desperta em Sky o que ela jamais sentiu com os outros garotos. Sky se vê dividida entre o que sente por ele e a sua péssima reputação, afinal Holder foi preso por espancar um homossexual.



"Os acontecimentos da vida de uma pessoa estão todos aglomerados um minuto após o outro, sem nenhum intervalo de tempo, páginas em branco ou pausas em capítulos, porque não importa o que aconteça, a vida simplesmente continua, segue em frente, as palavras são ditas, e as verdades sempre surgem, quer você queira ou não, e a vida nunca deixa você fazer uma pausa apenas para recuperar a porra do fôlego."

O passado problemático dos dois acaba os unindo e o desenvolvimento desse romance em paralelo à descoberta desse passado prende o leitor a cada página com uma leitura fluída e extremamente envolvente. Em muitos momentos fiquei emocionada, por realmente me sentir como Sky estava se sentindo, a delicadeza com que a autora retrata esse tema tão polêmico abordado no livro é instigante. Os personagens são extremamente bem construidos, realistas e complexos. Holder e Sky nos dão uma lição valiosa, não somos definidos pelo que nos aconteceu e sim pelas nossas escolhas.


Beckin o melhor amigo mormon e gay de Sky nos rende boas gargalhadas para equilibrar o clima tenso que algumas partes da história nos proporciona. A história de cada personagem nos dá a sensação de que é impossível largar o livro.



"Você não pode ficar com raiva de um final realista. Alguns são horrorosos mesmo. São os finais felizes super falsos que deveriam irritar você."

Um caso perdido traz de tudo um pouco. Momentos de suspense, momentos fofos, engraçados e momentos realmente dramáticos. Algumas cenas são tão fortes que me atingiram como se aquela fosse a minha história. Esse é o primeiro livro que leio da Colleen e com certeza lerei outros.

CLASSIFICAÇÃO: 

Sinopse: Às vezes, descobrir a verdade pode te deixar com menos esperança do que acreditar em mentiras...
Em seu último ano de escola, Sky conhece Dean Holder, um rapaz com uma reputação capaz de rivalizar com a dela. Em um único encontro, ele conseguiu amedrontá-la e cativá-la. E algo nele faz com que memórias de seu passado conturbado comecem a voltar, mesmo depois de todo o trabalho que teve para enterrá-las. Mas o misterioso Holder também tem sua parcela de segredos e quando eles são revelados, a vida de Sky muda drasticamente.

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Resenha: Proibido - Tabitha Suzuma

Título Original: Forbidden
Autor: Tabitha Suzuma
Editora: Valentina
Páginas: 304
Gênero: Romance, Ficção, Drama
País: Reino Unido
Onde Comprar: SaraivaSubmarino

Esse livro quebra paradigmas e  dá um nó na nossa cabeça e nos nossos conceitos. Não é uma leitura para todos, requer uma mente aberta e uma aceitação para o diferente, para o que não é tradicional. Com certeza a minha resenha não fará jus ao sentimento e a sensibilidade presente na escrita de Tabitha e em sua história. Ela consegue abordar um tema polêmico e controverso de forma pura e sensível de modo que o leitor põe a prova todos os seus pré-julgamentos.


"No fim das contas, é o quanto você pode suportar, o quanto pode resistir. Juntos, não fazemos mal a ninguém; separados, nós definhamos."

Maya e Lochan vivem em uma família completamente desestruturada e que foge do tradicional. Maya tem 16 anos e Lochan 17, apesar de jovens, os dois cumprem o papel de "pais" dos irmãos mais novos, Kit, Willa e Tiffin. Desde pequenos são melhores amigos e nunca se viram realmente como irmãos. 

A família é pobre, e a mãe Lily é instável e alcoólatra, o pai os abandonou. A mãe é completamente ausente, passa mais tempo na casa do namorado, Dave e quase sempre chega em casa bêbada. Tentando manter a família unida e compensar a falta dos pais, Maya e Lochan dividem-se entre as atividades escolares e serem pais dos próprios irmãos. 

“Não há leis e nem limites para os sentimentos. A gente pode se amar tanto e tão profundamente quanto quisermos. Ninguém, Maya, ninguém poderá nunca tirar isso da gente".

Lochan é extremamente pessimista, porém doce e responsável, tomou as rédeas da família como se fosse realmente responsável pelo que acontece aos irmãos mais novos, tem constantes crises de pânico e dificuldade em se relacionar com as pessoas. Maya é o oposto do irmão, extrovertida e adota uma postura conciliadora nas constantes brigas entre Lochie e Kit, o irmão rebelde, e entre Lochie e a mãe irresponsável.


"Você pode fechar os olhos para as coisas que não quer ver, mas não pode fechar o coração para as coisas que não quer sentir."

Num determinado momento, Maya resolve aceitar um pedido para sair de um colega de sala de Lochie, Nico. Ao saber que a irmã terá um encontro com Nico, Lochan entra em uma onda de sentimentos conflitantes. Em meio a uma discussão sobre o que houve no encontro, ambos percebem o que estava na sua frente o tempo todo e não queriam enxergar: o amor! A partir dai a história dá uma reviravolta e nos vemos questionando junto com Maya e Lochan. Por que esse amor é tão errado? Por que, se não fazemos mal a ninguém, estamos cometendo um crime? Maya e Lochie percebe o que esse sentimento que aos outros parece tão errado, mas para os dois tão certo, pode acarretar na vida dos irmãos mais novos. 

Emocionante, controverso, conflitante. Nunca tinha ouvido falar de nenhuma história de incesto consensual e vê-la abordada assim de forma tão simples e sentimental me fez rever muitos pensamentos. Proibido nos mostra uma realidade dura e cruel, em meio a isso um sentimento inocente, puro e intenso. Tabitha nos mostrou de forma perturbadora como o amor está além de qualquer preconceito e de qualquer coisa que a sociedade nos ensinou. 

CLASSIFICAÇÃO: 

Sinopse: Proibido - Ela é doce, sensível e extremamente sofrida: tem dezesseis anos, mas a maturidade de uma mulher marcada pelas provações e privações da pobreza, o pulso forte e a têmpera de quem cria os irmãos menores como filhos há anos, e só uma pessoa conhece a mágoa e a abnegação que se escondem por trás de seus tristes olhos azuis.]Ele é brilhante, generoso e altamente responsável: tem dezessete anos, mas a fibra e o senso de dever de um pai de família, lutando contra tudo e contra todos para mantê-la unida, e só uma pessoa conhece a grandeza e a força de caráter que se escondem por trás daqueles intensos olhos verdes. Eles são irmão e irmã. Com extrema sutileza psicológica e sensibilidade poética, cenas de inesquecível beleza visual e diálogos de porte dramatúrgico, Suzuma tece uma tapeçaria visceralmente humana, fazendo pouco a pouco aflorar dos fios simples do quotidiano um assombroso mito eterno em toda a sua riqueza, mistério e profundidade.

quarta-feira, 10 de junho de 2015

Resenha: Labirinto de Espelhos - Bárbara Negrão

Título Original: Labirinto de Espelhos  
Autor: Bárbara Negrão 
Editora: Novo Século 
Páginas: 456 
Gênero: Romance, Sobrenatural 
Onde Comprar: Amazon
A primeira parceria do Imperiódico!
Algumas semelhanças com Crepúsculo e Diários do Vampiro, alguns elementos novos e igualmente sedutores, Labirinto de Espelhos foi uma leitura envolvente assim como seu protagonista masculino, William.
O livro é narrado do ponto de vista de Eva, uma garota extremamente desastrada e propensa à má sorte. Esse foi um dos pontos semelhantes a Crepúsculo, Eva segue o esteriótipo de garota indefesa, a dama que precisa ser salva, a nossa protagonista é tão desastrada que chega a ser cômico. Eva se vê de maneira inferior, o que a tornou levemente irritante para mim no começo.

"  - O que você tem com isso, de querer que eu coloque tudo em palavras? - protestei. Que mandão.   - Já disse. Gosto de ouvir sua voz."

No inicio da trama temos um capítulo narrado pelo nosso querido William, ele sonha com uma garota há muito tempo, ele não sabe seu nome, não sabe onde ela vive, na verdade não sabe nem se ela realmente existe, só sabe que deseja encontrá-la, que deseja conhecê-la. Logo após conhecemos Eva.
Eva acaba de perder o seu melhor amigo Noah, isso a atinge de forma devastadora, tanto que antes de descobrir que Noah havia ido embora após perceber que Eva não correspondia seus sentimentos, pensei que ele estava morto. O destino de Noah fica como um mistério pairando ao longo da trama, é claro que não é o enfoque desse volume, mas ficou como uma pulga atrás da orelha, fiquei me perguntando durante a história toda o que poderia ter acontecido com ele. 


" Inalando o ar lentamente ao soltá-lo disse baixinho, quase como uma súplica, as mais belas palavras que já ouvi: - Eu amo você."

Tudo muda quando em um episódio particularmente desastroso, Eva conhece William. Ah, William! E quem não deixaria uma depressão de lado ao conhecer esse monumento do Olimpo? William é tudo que poderíamos esperar de um vampiro, a perfeição em pessoa. Depois de todo o tempo que passou sonhando com Eva, William não pretende partir tão cedo. Nos pegamos tão envolvidas por ele quanto Eva. 

"Conversamos sobre o fato de meu primeiro namorado ser um vampiro e ter que beber sangue, pensei comigo mesma. Mas acho que minhas amigas ficariam mais do que chocadas ao saber desse detalhe."

Um fato que me incomodou bastante no livro foi a rapidez com que Eva se envolve, aliás é um fato que me incomoda em toda história de vampiros, ela mal o conhece e já se vê rendida aos seus encantos, quase esquecendo o sumiço de seu melhor amigo (eu não esqueci hein, cadê tu Noah?). Senti falta também de uma profundidade maior no desenvolvimento do irmão de William, Edgar.
A leitura flui rapidamente,encontrei alguns erros de digitação, mas nada alarmante que fizesse a história perder o sentido.Deixando um gostinho de quero mais, terminei o livro com inúmeras perguntas em mente e estou ansiosa para vê-las respondidas no segundo volume, vem logo Labirinto de Espelhos 2!



CLASSIFICAÇÃO: 


Sinopse: Quando a estudante Eva Lins conhece o misterioso e sedutor Willian não imagina quais segredos ele podia esconder por trás de tanta beleza. Que ele é perigoso, ela pôde ver em seus olhos desde a primeira vez que se encontram, porém, a vontade de estar junto a ele é maior do que qualquer pressentimento que a jovem possa ter. Chocada pelas revelações, e ao mesmo tempo atraída e fascinada por todo o mundo novo que envolve Willian, Eva não se deixa intimidar e se entrega à história que promete ser a mais emocionante de toda sua vida, sem imaginar que mais mistérios estão para serem revelados.


segunda-feira, 11 de maio de 2015

Resenha: Extraordinário - R.J Palácio



Título Original: Wonder

Autor: Intrínseca
Páginas: 320
Gênero: Drama, Romance
País: EUA
Onde Comprar: SaraivaSubmarino

O título cai como uma luva no caso desse livro. Extraordinário. Realmente é uma história extraordinária que de forma simples me fez enxergar muito. Li muitas resenhas positivas, muitos comentários positivos e decidi dar um espacinho para o pequeno August em minha vida e não poderia ter feito coisa melhor.


"A única razão de eu não ser comum é que ninguém além de mim me enxerga dessa forma."

August Pullman é um garoto de 10 anos, porém não é um garoto de 10 anos comum, Auggie é especial. Nasceu com duas sindromes que tornaram seu rosto completamente fora dos padrões normais, Auggie é um garotinho que passou por diversas cirurgias e por isso nunca foi a escola foi educado pela mãe em casa. Até agora...

A mãe de August resolve finalmente matriculá-lo na escola, no começo o garoto reluta e não quer ir, mas acaba convencido. A partir dai Auggie convive com pessoas maravilhosas que o apoiam nos momentos mais difíceis da sua adaptação escolar, mas também com crianças cruéis, cheguei a chorar de raiva pelas situações em que colocavam o Auggie.


"É engraçado como às vezes nos preocupamos muito com uma coisa e ela acaba não sendo nem um pouco importante."

Ao longo da história, August nos ensina que devemos aceitar quem somos, que devemos enfrentar as dificuldades de ser diferente. Afinal, cada um de nós tem sua particularidade, seu aspecto que não condiz com a expectativa do outro. E nos ensina como muitas vezes somos hipócritas, senti muita raiva dos colegas dele, porém quem me garante que no começo, não reagiria de forma negativa também? Somos todos avessos ao diferente, ao extraordinário. Extraordinário é uma história sobre o bullying, sobre a falta de tato do ser humano com o diferente e também sobre a gentileza, sobre bondade. 


"Acho que devia haver uma regra que determinasse que todas as pessoas do mundo tinham que ser aplaudidas de pé pelo menos uma vez na vida."

O livro flui muito rápido, terminei em apenas um dia. Intercala diferentes pontos de vista, o mais chocante para mim, foi ler o ponto de vista da Olivia, irmã de August, que se mostrou uma personagem completamente diferente na visão do August e na visão dela mesma. Dessa forma somos capazes de entender como cada pessoa que cerca o Auggie se sente em relação a ele e em relação a essa situação. Livro maravilhoso, recomendo!
CLASSIFICAÇÃO: 

Sinopse: August Pullman, o Auggie, nasceu com uma síndrome genética cuja sequela é uma severa deformidade facial, que lhe impôs diversas cirurgias e complicações médicas. Por isso, ele nunca havia frequentado uma escola de verdade... até agora. Todo mundo sabe que é difícil ser um aluno novo, mais ainda quando se tem um rosto tão diferente. Prestes a começar o quinto ano em um colégio particular de Nova York, Auggie tem uma missão nada fácil pela frente: convencer os colegas de que, apesar da aparência incomum, ele é um menino igual a todos os outros.

domingo, 3 de maio de 2015

EVENTO LITERÁRIO - Encontro "Era uma vez...Livros & Cia"

Hoje temos um post um pouquinho diferente. Pela primeira vez eu fui a um evento literário! Aconteceu hoje, na livraria Martins Fontes, na Av. Paulista. O encontro foi organizado pela Bia Freire do blog Era uma vez...Livros & Cia e contou com a presença de várias autoras: Bárbara NegrãoCarla Montebeler,Babi A. SetteTais CortezCinthia Freire, e Camila Pelegrini.A proposta do evento era a valorização dos autores nacionais, que muitas vezes são ofuscados pelo sucesso dos livros estrangeiros, mas que são tão maravilhosos e bem escritos quanto os de fora.



As escritoras falaram um pouquinho sobre as suas obras, infelizmente ainda não tive oportunidade de ler nenhuma delas e devo confessar que minha estante está cheia de autores estrangeiros, mas cada uma das escritoras me fascinou com as suas histórias, com certeza vou ler o livro de todas e resenhar aqui no blog! Elas falaram um pouquinho também sobre os desafios da profissão, a conciliação com a vida pessoal e responderam algumas perguntas dos leitores.


















 









Logo depois aconteceu um sorteio de livros nacionais e alguns brindes, infelizmente meu pé frio não me deixou ganhar, porém conheci algumas meninas, conheci a Tris do Vivendo no Infinito e tirei fotos com duas das autoras. Aliás todas foram muito simpáticas e receptivas conosco, além de serem talentosas na criação de suas histórias.




 Bárbara Negrão - Autora de Labirinto de Espelhos

Babi A. Sette - Autora de Entre o amor e o silêncio


Resumindo eu adorei participar do encontro, espero participar de mais eventos em breve. Parabéns a Bia Freire pela organização do evento, as escritoras pelo seu trabalho maravilhoso e a livraria Martins Fontes por promover o encontro.

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Resenha: Quem é você Alasca? - John Green

Título Original: Looking for Alaska
Autor: John Green
Editora: Intrínseca
Páginas: 240
Gênero: Ficção/Romance
País: EUA
Onde comprar:SubmarinoAmericanas

Depois de ler muitas resenhas elogiando e de ter uma vontade enorme de mudar a minha imagem sobre John Green depois de O teorema Katherine, resolvi me render e ler Quem é você Alasca? 

Em "Quem é você Alasca?" conhecemos a história de Miles, um garoto que coleciona últimas palavras, mas que não tem amigos e  resolve sair completamente da sua rotina indo para um internato. Miles está a procura do seu Grande Talvez, inspirado pelas últimas palavras de François Babelais e eu me pergunto, não estamos todos?

"Vocês fumam para saborear. Eu fumo para morrer."

No internato, Culver Creek, local em que estudaram vários membros de sua família, Miles consegue fazer amizade logo de cara com o seu colega de quarto, conhecido por Coronel. Coronel pareceu-me um garoto bem mal-humorado de início, mas logo tornou-se o melhor amigo de Miles que foi apelidado pelo Coronel de Gordo. Coronel acaba enturmando Miles em seu grupinho de amigos, assim conhecemos Takumi, Lara e Alasca. Confesso que estava bem curiosa para conhecer Alasca e no começo eu a odiei, achei uma personagem muito forçada, mas ao longo da história compreendi melhor as atitudes da Alasca e a vi como uma garota de personalidade forte. Obviamente, Miles acaba se apaixonando por Alasca, porém a garota tem um namorado.

"Passamos a vida inteira no labirinto, perdidos, pensando em como um dia conseguiremos escapar e em quanto será legal. Imaginar esse futuro é o que nos impulsiona para a frente, mas nunca fazemos nada. Simplesmente usamos o futuro para escapar do presente."

Bom, o meio do livro nos surpreende com um acontecimento bombástico. Ao decorrer dos capítulos podemos observar uma contagem ao nomeá-los: "Quarenta dias antes" e fiquei me perguntando, antes do que? Foi isso que me impulsionou a seguir com a leitura, e realmente, após o acontecimento o livro toma um rumo completamente diferente e chega a ganhar uma pequena seriedade que não havia no começo.

"Pensando que, se as pessoas fossem chuva, eu era garoa e ela um furacão."

Quem é você Alasca? termina com um desfecho chocante e vários questionamentos, tanto referente a história em si, como também nos fez questionar "Será que existe amor verdadeiro?" ou "O que há após a morte?". Nos mostra o amadurecimento dos adolescentes de Culver Creek frente ao acontecimento principal do livro.

Não posso dizer que esse livro me cativou completamente, A culpa é das estrelas me emocionou bem mais. Todavia, "Quem é você Alasca?" me conquistou muito mais do que O teorema Katherine (espero que John Green não me processe). Recomendo!

CLASSIFICAÇÃO: 

Sinopse:  Miles Halter é um adolescente fissurado por célebres últimas palavras que, cansado de sua vidinha pacata e sem graça em casa, vai estudar num colégio interno à procura daquilo que o poeta François Rabelais, quando estava à beira da morte, chamou de o "Grande Talvez". Muita coisa o aguarda em Culver Creek, inclusive Alasca Young, uma garota inteligente, espirituosa, problemática e extremamente sensual, que o levará para o seu labirinto e o catapultará em direção ao "Grande Talvez".


terça-feira, 14 de abril de 2015

JULGAMENTO


A bile queima ardentemente minha glote, asco.  Pobre inocente, não tem ideia não é mesmo? Do remedo de homem que você se tornou, sombra, mero desenho rascunhado. Por que você não abre os olhos para a criatura fraca e medíocre que você se tornou?
Tudo ficou extremamente claro, meu bem. E essa percepção está tomando lugar em minha mente o tempo todo. Você é fraco demais para entender os próprios erros. Estou cansada de me trancar por dentro, não posso deixar que isso me afogue no silêncio. Querido, Não posso perdoá-lo depois de compreender tudo o que vi. Depois de compreender pelo que vivi e pelo que estou morrendo.

Vamos fazer a sua maneira dessa vez. Não era o meu desprezo que você almejava? Continue escondendo a verdade atrás dos seus negros olhos, afinal, não posso consertá-lo, se não conserto a mim mesma. Não quero sua mão, acho que posso me salvar sozinha, afundando. Você fez a sua escolha e considera-se o rei da verdade, não consegue se livrar da culpa? Não quer ser a vítima dessa vez? Como eu pude me queimar dessa forma? Você nunca foi meu e eu deveria ter percebido, mas você sabe bem como manipular, não é mesmo? Eu deixei que você enxergasse minha alma através dos meus olhos e eu virei o seu passatempo. Gostaria de saber o que você vai fazer quando o mundo não orbitar ao seu redor, seria engraçado. Eu sei que você não nos vê da maneira que eu vejo, então sente-se e testemunhe seu próprio julgamento.

Mentiras que destruíram cada gota de tranquilidade, cada ponte que construímos e não posso culpar ninguém além de você. Você e a sua ignorância, você e os seus cálculos frios. Parecia tão verdadeiro e inocente, porém não passava de pura obscenidade. Que tal uma salva de palmas? Você pode pegar suas mentiras, eu realmente não me importo. Você não merece saber o que significou, porque não devia ter alcançado nenhuma parte de mim. Você enxugou as minhas lágrimas e afastou meus medos e nem por isso você foi quem eu pensei que fosse. Não perdeu tempo com arrependimentos, você voltou para aquilo que já conhecia e eu morri umas cem vezes. Enganei-me, como eu sabia que me enganaria. Você quer sair e quer ficar, quer saber? Eu quero que as estrelas e a lua colidam.


INSÔNIA


22h. Amanhã trabalho às 8h, saio de casa as 5h. E às 22h sua mão está na minha, seus olhos nos meus, seu rosto aproxima-se minimamente, eu respiro, você respira, eu acordo. Levanto da cama, caminho sorrateiramente pelo piso gelado, nas pontas dos pés. Bebo água, deito.

23h30. Eu te ligo, seus olhos ficam cautelosos, posso vê-los claramente no escuro do meu quarto, você ri, eu grito, você ri, eu grito, você ri. É mentira, descarada, suja, mentira.

23h32 meus olhos se abrem, gotas frias estão sob meus olhos, na testa, nas mãos. Eu respiro, viro para o lado esquerdo, fecho os olhos.

00h. O ar foge de forma desesperadora dos meus pulmões, minhas mãos tremem, grunhidos tomam conta do ambiente quieto e escuro. Grunhidos, silêncio, soluços, socos. Raiva, tudo fica vermelho. Nojo, asco. Levanto, meus pés já sabem o caminho, seguro o cabelo, saem palavras, saem dores, saem mágoas.

01h30. Em 3h e meia, preciso levantar, minha mente tenta encaixar as peças, me forço, mas nada faz sentido.

02h Silêncio.


03h30 Finalmente minha mente grita, implora, desespera-se. Eu engulo a seco, minhas mãos entorpecem aos poucos, minha consciência se vai.

sábado, 21 de fevereiro de 2015

A tendência minimalista


Espera aí, DESIGN EDITORIAL? Não pessoal, aqui é a Tai. Apesar de não me conhecerem, estou sempre atrás da tela fazendo ajustes no espaço de vocês. Sou amiga da Thaís, web designer oficial do Imperiódico, e agora colunista dessa nova fase do blog. Vocês podem ler meu perfil completo na página da Equipe do blog se quiserem. Meu papel aqui é debater com vocês sobre algumas tendências de design do mercado editorial, já que sou igualmente apaixonada por literatura e iconografia. Vão rolar ainda muitas análises da simbologia das capas e opiniões polêmicas. Por hoje, vamos apenas apreciar.

O tópico que escolhi pra começar está ligado a um gosto pessoal. Eu sempre achei o simples mais bonito, o que fez do minimalismo um dos meus movimentos preferidos. É um estilo que acabou pegando recentemente, tanto na internet quanto dentro da publicidade. O que não é novidade pra quem reparou nas novas embalagens de chocolate. Yummy.

O minimalismo presa o menor número de elementos, e consequentemente de recursos. Com poucas cores, acaba chamando atenção para a importância das formas geométricas e sua simetria. No caso das capas de livros, ele tende a um uso significativo de simbologias às vezes metafóricas. Pra não falar latim com vocês, não vou sair explicando o movimento minimalista na história da arte, mas é importante e interessante que vocês saibam que ele foi se construindo em meio ao século XX, e que se estende também para outros tipos de arte, como a literatura e a música.

Existe uma tendência grande desse estilo no mercado, porém zero das capas que vocês estão vendo são encontradas nas prateleiras. Essa observação nos leva à característica que eu considero uma das mais legais desse movimento. Minimalismo tem tudo a ver com opinião e visão, pois reflete nada mais do que a ideia principal da obra, sendo essa relativa ao olhar daquele que cria e ilustra. O que justifica o uso dele por leitores que, diferente de mim e da Thaís, aproveitam das formas para expressar o que as palavras não podem. Sem exageros e apego à ilustração, esse estilo é um movimento de permissão e liberdade. 

Se não tinha como gostar mais dessa tendência, agora tem. Além de sofisticada e simbólica, ela também é ferramenta pessoal de leitores como nós. Mas com qual das capas você se identifica mais: minimalistas ou originais? Escreva sua opinião nos comentários e conta pra gente qual delas mora no seu coração.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

DIAS VAZIOS


É apenas mais uma noite e estou aqui a sua espera. Eu posso sentir minhas forças se esvaindo, meu limite chegando. Mas quero que abra seus olhos e veja que os céus cairão sobre nós e ainda permaneceremos de pé. Você consegue desistir?

Isso é tão injusto, ter algo tão forte e verdadeiro fora do meu alcance, deixar ir e saber que só resta o vazio. O destino foi cruel não é mesmo? É bem possível que tenhamos achado o amor bem aqui diante de nossos olhos e deixamos ele escapar por entre nossos dedos. É apenas mais uma noite e estou aqui em claro sentindo sua ausência. 

Todas as luzes me guiam até você e eu posso ouvir seu coração fala comigo e ele quer o mesmo. Então olhe para as estrelas a noite e veja. Nossos caminhos se cruzarão e mesmo que meu coração sangre, ele só escuta suas batidas. Eu posso ver as estrelas e posso vê-lo em meus braços. Eu posso ver as estrelas e elas me mostram seus olhos.

PALAVRAS PERDIDAS


Ela é apenas uma pobre garota perdida e seus horizontes estão invertidos
Ela só quer ser amada 
Esconde-se de si mesma e segura-se da forma que pode
Ela é apenas uma pobre garota perdida procurando seu caminho
Então não a deixe essa noite sob o cuidado das estrelas
Encontre forças e não diga adeus.

Ela é apenas uma pobre garota perdida.
Então procure suas palavras esquecidas e as diga
Fique essa noite com ela
E escute seu coração falar

Porque ela é apenas uma pobre garota perdida
Procurando por amor...

Resenha: Veneno - Sarah Pinborough

Título Original: Poison
Autor: Sarah Pinborough
 
Editora: Única
Páginas: 224
Gênero: Ficção/Romance
País: EUA
Onde comprar: SubmarinoSaraiva

Veneno nada mais é do que uma releitura de um dos nossos contos de fadas preferidos, a Branca de Neve. Lilith, a madrasta má, casou-se com o pai de Branca, porém tem apenas quatro anos a mais que a enteada. Nesse livro a protagonista não é a nossa benevolente Branca de Neve e sim a rainha malvada Lilith. A rainha vem de uma linhagem de bruxas que praticam a magia negra, ela casou-se contra vontade e odeia o rei, mas precisa dele para manter seu estilo de vida. 

"Ela não podia ter o amor deles. Mas teria seu medo." 

O rei por sua vez, a ama, está encantado por sua beleza. No decorrer do enredo, o rei precisa ir a guerra e passará um bom tempo longe de casa. Lilith aproveita esse tempo para destilar o seu veneno contra Branca de Neve. Ela quer a todo custo que Branca de Neve se case e saia do castelo.

Em Veneno, os mocinhos não são cem por cento mocinhos e os vilões não são cem por cento vilões. Vemos personagens reais, com erros humanos. A história caminha como no conto de fadas original dos Irmãos Grimm. Os anões são encantadores, o caçador, como na história original pos em dúvida o seu caráter.

"A que se devia essa necessidade de ser visto como benevolente? Se é para ser cruel, então admita isso. Abrace isso. Qualquer outra coisa era apenas auto-ilusão e fraqueza."

Quase senti compaixão pela rainha, quase. E a Branca, bom...Será que é mesmo inocente e pura? Bom, vocês terão que ler para saber. Ao todo, gostei bastante de Veneno, o final me surpreendeu bastante e estou bastante ansiosa por Feitiço. Sarah Pinborough nos mostra que nem sempre há um felizes para sempre!
CLASSIFICAÇÃO: 

Sinopse: Não existe “Felizes para sempre”!
Você já pensou que uma rainha má tem seus motivos para agir como tal? E que princesas podem ser extremamente mimadas? E que príncipes não são encantados e reinos distantes também têm problemas reais? Então este livro é para você! Em Veneno, a autora Sarah Pinborough reconta a história de Branca de Neve de maneira sarcástica, madura e sem rodeios. Todos os personagens que nos cativaram por anos estão lá, mas seriam eles tão tolos quanto aparentam? Acompanhe a história de Branca de Neve e seu embate com a Rainha, sua madrasta. Você vai entender por que nem todos são só bons ou maus e que talvez o que seria “um final feliz” pode se tornar o pior dos pesadelos!Veneno é o primeiro livro da trilogia Encantadas, e já é um best-seller inglês. Sarah Pinborough coloca os contos de fadas de ponta-cabeça e narra histórias surpreendentes que a Disney jamais ousaria contar. Com um realismo cínico e cenas fortes, o leitor será levado a questionar, finalmente, quem são os mocinhos e quem são os vilões dos livros de fantasia!