terça-feira, 14 de abril de 2015

INSÔNIA


22h. Amanhã trabalho às 8h, saio de casa as 5h. E às 22h sua mão está na minha, seus olhos nos meus, seu rosto aproxima-se minimamente, eu respiro, você respira, eu acordo. Levanto da cama, caminho sorrateiramente pelo piso gelado, nas pontas dos pés. Bebo água, deito.

23h30. Eu te ligo, seus olhos ficam cautelosos, posso vê-los claramente no escuro do meu quarto, você ri, eu grito, você ri, eu grito, você ri. É mentira, descarada, suja, mentira.

23h32 meus olhos se abrem, gotas frias estão sob meus olhos, na testa, nas mãos. Eu respiro, viro para o lado esquerdo, fecho os olhos.

00h. O ar foge de forma desesperadora dos meus pulmões, minhas mãos tremem, grunhidos tomam conta do ambiente quieto e escuro. Grunhidos, silêncio, soluços, socos. Raiva, tudo fica vermelho. Nojo, asco. Levanto, meus pés já sabem o caminho, seguro o cabelo, saem palavras, saem dores, saem mágoas.

01h30. Em 3h e meia, preciso levantar, minha mente tenta encaixar as peças, me forço, mas nada faz sentido.

02h Silêncio.


03h30 Finalmente minha mente grita, implora, desespera-se. Eu engulo a seco, minhas mãos entorpecem aos poucos, minha consciência se vai.

Nenhum comentário:

Postar um comentário