quarta-feira, 8 de julho de 2015

Resenha: Proibido - Tabitha Suzuma

Título Original: Forbidden
Autor: Tabitha Suzuma
Editora: Valentina
Páginas: 304
Gênero: Romance, Ficção, Drama
País: Reino Unido
Onde Comprar: SaraivaSubmarino

Esse livro quebra paradigmas e  dá um nó na nossa cabeça e nos nossos conceitos. Não é uma leitura para todos, requer uma mente aberta e uma aceitação para o diferente, para o que não é tradicional. Com certeza a minha resenha não fará jus ao sentimento e a sensibilidade presente na escrita de Tabitha e em sua história. Ela consegue abordar um tema polêmico e controverso de forma pura e sensível de modo que o leitor põe a prova todos os seus pré-julgamentos.


"No fim das contas, é o quanto você pode suportar, o quanto pode resistir. Juntos, não fazemos mal a ninguém; separados, nós definhamos."

Maya e Lochan vivem em uma família completamente desestruturada e que foge do tradicional. Maya tem 16 anos e Lochan 17, apesar de jovens, os dois cumprem o papel de "pais" dos irmãos mais novos, Kit, Willa e Tiffin. Desde pequenos são melhores amigos e nunca se viram realmente como irmãos. 

A família é pobre, e a mãe Lily é instável e alcoólatra, o pai os abandonou. A mãe é completamente ausente, passa mais tempo na casa do namorado, Dave e quase sempre chega em casa bêbada. Tentando manter a família unida e compensar a falta dos pais, Maya e Lochan dividem-se entre as atividades escolares e serem pais dos próprios irmãos. 

“Não há leis e nem limites para os sentimentos. A gente pode se amar tanto e tão profundamente quanto quisermos. Ninguém, Maya, ninguém poderá nunca tirar isso da gente".

Lochan é extremamente pessimista, porém doce e responsável, tomou as rédeas da família como se fosse realmente responsável pelo que acontece aos irmãos mais novos, tem constantes crises de pânico e dificuldade em se relacionar com as pessoas. Maya é o oposto do irmão, extrovertida e adota uma postura conciliadora nas constantes brigas entre Lochie e Kit, o irmão rebelde, e entre Lochie e a mãe irresponsável.


"Você pode fechar os olhos para as coisas que não quer ver, mas não pode fechar o coração para as coisas que não quer sentir."

Num determinado momento, Maya resolve aceitar um pedido para sair de um colega de sala de Lochie, Nico. Ao saber que a irmã terá um encontro com Nico, Lochan entra em uma onda de sentimentos conflitantes. Em meio a uma discussão sobre o que houve no encontro, ambos percebem o que estava na sua frente o tempo todo e não queriam enxergar: o amor! A partir dai a história dá uma reviravolta e nos vemos questionando junto com Maya e Lochan. Por que esse amor é tão errado? Por que, se não fazemos mal a ninguém, estamos cometendo um crime? Maya e Lochie percebe o que esse sentimento que aos outros parece tão errado, mas para os dois tão certo, pode acarretar na vida dos irmãos mais novos. 

Emocionante, controverso, conflitante. Nunca tinha ouvido falar de nenhuma história de incesto consensual e vê-la abordada assim de forma tão simples e sentimental me fez rever muitos pensamentos. Proibido nos mostra uma realidade dura e cruel, em meio a isso um sentimento inocente, puro e intenso. Tabitha nos mostrou de forma perturbadora como o amor está além de qualquer preconceito e de qualquer coisa que a sociedade nos ensinou. 

CLASSIFICAÇÃO: 

Sinopse: Proibido - Ela é doce, sensível e extremamente sofrida: tem dezesseis anos, mas a maturidade de uma mulher marcada pelas provações e privações da pobreza, o pulso forte e a têmpera de quem cria os irmãos menores como filhos há anos, e só uma pessoa conhece a mágoa e a abnegação que se escondem por trás de seus tristes olhos azuis.]Ele é brilhante, generoso e altamente responsável: tem dezessete anos, mas a fibra e o senso de dever de um pai de família, lutando contra tudo e contra todos para mantê-la unida, e só uma pessoa conhece a grandeza e a força de caráter que se escondem por trás daqueles intensos olhos verdes. Eles são irmão e irmã. Com extrema sutileza psicológica e sensibilidade poética, cenas de inesquecível beleza visual e diálogos de porte dramatúrgico, Suzuma tece uma tapeçaria visceralmente humana, fazendo pouco a pouco aflorar dos fios simples do quotidiano um assombroso mito eterno em toda a sua riqueza, mistério e profundidade.