segunda-feira, 11 de maio de 2015

Resenha: Extraordinário - R.J Palácio



Título Original: Wonder

Autor: Intrínseca
Páginas: 320
Gênero: Drama, Romance
País: EUA
Onde Comprar: SaraivaSubmarino

O título cai como uma luva no caso desse livro. Extraordinário. Realmente é uma história extraordinária que de forma simples me fez enxergar muito. Li muitas resenhas positivas, muitos comentários positivos e decidi dar um espacinho para o pequeno August em minha vida e não poderia ter feito coisa melhor.


"A única razão de eu não ser comum é que ninguém além de mim me enxerga dessa forma."

August Pullman é um garoto de 10 anos, porém não é um garoto de 10 anos comum, Auggie é especial. Nasceu com duas sindromes que tornaram seu rosto completamente fora dos padrões normais, Auggie é um garotinho que passou por diversas cirurgias e por isso nunca foi a escola foi educado pela mãe em casa. Até agora...

A mãe de August resolve finalmente matriculá-lo na escola, no começo o garoto reluta e não quer ir, mas acaba convencido. A partir dai Auggie convive com pessoas maravilhosas que o apoiam nos momentos mais difíceis da sua adaptação escolar, mas também com crianças cruéis, cheguei a chorar de raiva pelas situações em que colocavam o Auggie.


"É engraçado como às vezes nos preocupamos muito com uma coisa e ela acaba não sendo nem um pouco importante."

Ao longo da história, August nos ensina que devemos aceitar quem somos, que devemos enfrentar as dificuldades de ser diferente. Afinal, cada um de nós tem sua particularidade, seu aspecto que não condiz com a expectativa do outro. E nos ensina como muitas vezes somos hipócritas, senti muita raiva dos colegas dele, porém quem me garante que no começo, não reagiria de forma negativa também? Somos todos avessos ao diferente, ao extraordinário. Extraordinário é uma história sobre o bullying, sobre a falta de tato do ser humano com o diferente e também sobre a gentileza, sobre bondade. 


"Acho que devia haver uma regra que determinasse que todas as pessoas do mundo tinham que ser aplaudidas de pé pelo menos uma vez na vida."

O livro flui muito rápido, terminei em apenas um dia. Intercala diferentes pontos de vista, o mais chocante para mim, foi ler o ponto de vista da Olivia, irmã de August, que se mostrou uma personagem completamente diferente na visão do August e na visão dela mesma. Dessa forma somos capazes de entender como cada pessoa que cerca o Auggie se sente em relação a ele e em relação a essa situação. Livro maravilhoso, recomendo!
CLASSIFICAÇÃO: 

Sinopse: August Pullman, o Auggie, nasceu com uma síndrome genética cuja sequela é uma severa deformidade facial, que lhe impôs diversas cirurgias e complicações médicas. Por isso, ele nunca havia frequentado uma escola de verdade... até agora. Todo mundo sabe que é difícil ser um aluno novo, mais ainda quando se tem um rosto tão diferente. Prestes a começar o quinto ano em um colégio particular de Nova York, Auggie tem uma missão nada fácil pela frente: convencer os colegas de que, apesar da aparência incomum, ele é um menino igual a todos os outros.

domingo, 3 de maio de 2015

EVENTO LITERÁRIO - Encontro "Era uma vez...Livros & Cia"

Hoje temos um post um pouquinho diferente. Pela primeira vez eu fui a um evento literário! Aconteceu hoje, na livraria Martins Fontes, na Av. Paulista. O encontro foi organizado pela Bia Freire do blog Era uma vez...Livros & Cia e contou com a presença de várias autoras: Bárbara NegrãoCarla Montebeler,Babi A. SetteTais CortezCinthia Freire, e Camila Pelegrini.A proposta do evento era a valorização dos autores nacionais, que muitas vezes são ofuscados pelo sucesso dos livros estrangeiros, mas que são tão maravilhosos e bem escritos quanto os de fora.



As escritoras falaram um pouquinho sobre as suas obras, infelizmente ainda não tive oportunidade de ler nenhuma delas e devo confessar que minha estante está cheia de autores estrangeiros, mas cada uma das escritoras me fascinou com as suas histórias, com certeza vou ler o livro de todas e resenhar aqui no blog! Elas falaram um pouquinho também sobre os desafios da profissão, a conciliação com a vida pessoal e responderam algumas perguntas dos leitores.


















 









Logo depois aconteceu um sorteio de livros nacionais e alguns brindes, infelizmente meu pé frio não me deixou ganhar, porém conheci algumas meninas, conheci a Tris do Vivendo no Infinito e tirei fotos com duas das autoras. Aliás todas foram muito simpáticas e receptivas conosco, além de serem talentosas na criação de suas histórias.




 Bárbara Negrão - Autora de Labirinto de Espelhos

Babi A. Sette - Autora de Entre o amor e o silêncio


Resumindo eu adorei participar do encontro, espero participar de mais eventos em breve. Parabéns a Bia Freire pela organização do evento, as escritoras pelo seu trabalho maravilhoso e a livraria Martins Fontes por promover o encontro.

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Resenha: Quem é você Alasca? - John Green

Título Original: Looking for Alaska
Autor: John Green
Editora: Intrínseca
Páginas: 240
Gênero: Ficção/Romance
País: EUA
Onde comprar:SubmarinoAmericanas

Depois de ler muitas resenhas elogiando e de ter uma vontade enorme de mudar a minha imagem sobre John Green depois de O teorema Katherine, resolvi me render e ler Quem é você Alasca? 

Em "Quem é você Alasca?" conhecemos a história de Miles, um garoto que coleciona últimas palavras, mas que não tem amigos e  resolve sair completamente da sua rotina indo para um internato. Miles está a procura do seu Grande Talvez, inspirado pelas últimas palavras de François Babelais e eu me pergunto, não estamos todos?

"Vocês fumam para saborear. Eu fumo para morrer."

No internato, Culver Creek, local em que estudaram vários membros de sua família, Miles consegue fazer amizade logo de cara com o seu colega de quarto, conhecido por Coronel. Coronel pareceu-me um garoto bem mal-humorado de início, mas logo tornou-se o melhor amigo de Miles que foi apelidado pelo Coronel de Gordo. Coronel acaba enturmando Miles em seu grupinho de amigos, assim conhecemos Takumi, Lara e Alasca. Confesso que estava bem curiosa para conhecer Alasca e no começo eu a odiei, achei uma personagem muito forçada, mas ao longo da história compreendi melhor as atitudes da Alasca e a vi como uma garota de personalidade forte. Obviamente, Miles acaba se apaixonando por Alasca, porém a garota tem um namorado.

"Passamos a vida inteira no labirinto, perdidos, pensando em como um dia conseguiremos escapar e em quanto será legal. Imaginar esse futuro é o que nos impulsiona para a frente, mas nunca fazemos nada. Simplesmente usamos o futuro para escapar do presente."

Bom, o meio do livro nos surpreende com um acontecimento bombástico. Ao decorrer dos capítulos podemos observar uma contagem ao nomeá-los: "Quarenta dias antes" e fiquei me perguntando, antes do que? Foi isso que me impulsionou a seguir com a leitura, e realmente, após o acontecimento o livro toma um rumo completamente diferente e chega a ganhar uma pequena seriedade que não havia no começo.

"Pensando que, se as pessoas fossem chuva, eu era garoa e ela um furacão."

Quem é você Alasca? termina com um desfecho chocante e vários questionamentos, tanto referente a história em si, como também nos fez questionar "Será que existe amor verdadeiro?" ou "O que há após a morte?". Nos mostra o amadurecimento dos adolescentes de Culver Creek frente ao acontecimento principal do livro.

Não posso dizer que esse livro me cativou completamente, A culpa é das estrelas me emocionou bem mais. Todavia, "Quem é você Alasca?" me conquistou muito mais do que O teorema Katherine (espero que John Green não me processe). Recomendo!

CLASSIFICAÇÃO: 

Sinopse:  Miles Halter é um adolescente fissurado por célebres últimas palavras que, cansado de sua vidinha pacata e sem graça em casa, vai estudar num colégio interno à procura daquilo que o poeta François Rabelais, quando estava à beira da morte, chamou de o "Grande Talvez". Muita coisa o aguarda em Culver Creek, inclusive Alasca Young, uma garota inteligente, espirituosa, problemática e extremamente sensual, que o levará para o seu labirinto e o catapultará em direção ao "Grande Talvez".


terça-feira, 14 de abril de 2015

JULGAMENTO


A bile queima ardentemente minha glote, asco.  Pobre inocente, não tem ideia não é mesmo? Do remedo de homem que você se tornou, sombra, mero desenho rascunhado. Por que você não abre os olhos para a criatura fraca e medíocre que você se tornou?
Tudo ficou extremamente claro, meu bem. E essa percepção está tomando lugar em minha mente o tempo todo. Você é fraco demais para entender os próprios erros. Estou cansada de me trancar por dentro, não posso deixar que isso me afogue no silêncio. Querido, Não posso perdoá-lo depois de compreender tudo o que vi. Depois de compreender pelo que vivi e pelo que estou morrendo.

Vamos fazer a sua maneira dessa vez. Não era o meu desprezo que você almejava? Continue escondendo a verdade atrás dos seus negros olhos, afinal, não posso consertá-lo, se não conserto a mim mesma. Não quero sua mão, acho que posso me salvar sozinha, afundando. Você fez a sua escolha e considera-se o rei da verdade, não consegue se livrar da culpa? Não quer ser a vítima dessa vez? Como eu pude me queimar dessa forma? Você nunca foi meu e eu deveria ter percebido, mas você sabe bem como manipular, não é mesmo? Eu deixei que você enxergasse minha alma através dos meus olhos e eu virei o seu passatempo. Gostaria de saber o que você vai fazer quando o mundo não orbitar ao seu redor, seria engraçado. Eu sei que você não nos vê da maneira que eu vejo, então sente-se e testemunhe seu próprio julgamento.

Mentiras que destruíram cada gota de tranquilidade, cada ponte que construímos e não posso culpar ninguém além de você. Você e a sua ignorância, você e os seus cálculos frios. Parecia tão verdadeiro e inocente, porém não passava de pura obscenidade. Que tal uma salva de palmas? Você pode pegar suas mentiras, eu realmente não me importo. Você não merece saber o que significou, porque não devia ter alcançado nenhuma parte de mim. Você enxugou as minhas lágrimas e afastou meus medos e nem por isso você foi quem eu pensei que fosse. Não perdeu tempo com arrependimentos, você voltou para aquilo que já conhecia e eu morri umas cem vezes. Enganei-me, como eu sabia que me enganaria. Você quer sair e quer ficar, quer saber? Eu quero que as estrelas e a lua colidam.


INSÔNIA


22h. Amanhã trabalho às 8h, saio de casa as 5h. E às 22h sua mão está na minha, seus olhos nos meus, seu rosto aproxima-se minimamente, eu respiro, você respira, eu acordo. Levanto da cama, caminho sorrateiramente pelo piso gelado, nas pontas dos pés. Bebo água, deito.

23h30. Eu te ligo, seus olhos ficam cautelosos, posso vê-los claramente no escuro do meu quarto, você ri, eu grito, você ri, eu grito, você ri. É mentira, descarada, suja, mentira.

23h32 meus olhos se abrem, gotas frias estão sob meus olhos, na testa, nas mãos. Eu respiro, viro para o lado esquerdo, fecho os olhos.

00h. O ar foge de forma desesperadora dos meus pulmões, minhas mãos tremem, grunhidos tomam conta do ambiente quieto e escuro. Grunhidos, silêncio, soluços, socos. Raiva, tudo fica vermelho. Nojo, asco. Levanto, meus pés já sabem o caminho, seguro o cabelo, saem palavras, saem dores, saem mágoas.

01h30. Em 3h e meia, preciso levantar, minha mente tenta encaixar as peças, me forço, mas nada faz sentido.

02h Silêncio.


03h30 Finalmente minha mente grita, implora, desespera-se. Eu engulo a seco, minhas mãos entorpecem aos poucos, minha consciência se vai.

sábado, 21 de fevereiro de 2015

A tendência minimalista


Espera aí, DESIGN EDITORIAL? Não pessoal, aqui é a Tai. Apesar de não me conhecerem, estou sempre atrás da tela fazendo ajustes no espaço de vocês. Sou amiga da Thaís, web designer oficial do Imperiódico, e agora colunista dessa nova fase do blog. Vocês podem ler meu perfil completo na página da Equipe do blog se quiserem. Meu papel aqui é debater com vocês sobre algumas tendências de design do mercado editorial, já que sou igualmente apaixonada por literatura e iconografia. Vão rolar ainda muitas análises da simbologia das capas e opiniões polêmicas. Por hoje, vamos apenas apreciar.

O tópico que escolhi pra começar está ligado a um gosto pessoal. Eu sempre achei o simples mais bonito, o que fez do minimalismo um dos meus movimentos preferidos. É um estilo que acabou pegando recentemente, tanto na internet quanto dentro da publicidade. O que não é novidade pra quem reparou nas novas embalagens de chocolate. Yummy.

O minimalismo presa o menor número de elementos, e consequentemente de recursos. Com poucas cores, acaba chamando atenção para a importância das formas geométricas e sua simetria. No caso das capas de livros, ele tende a um uso significativo de simbologias às vezes metafóricas. Pra não falar latim com vocês, não vou sair explicando o movimento minimalista na história da arte, mas é importante e interessante que vocês saibam que ele foi se construindo em meio ao século XX, e que se estende também para outros tipos de arte, como a literatura e a música.

Existe uma tendência grande desse estilo no mercado, porém zero das capas que vocês estão vendo são encontradas nas prateleiras. Essa observação nos leva à característica que eu considero uma das mais legais desse movimento. Minimalismo tem tudo a ver com opinião e visão, pois reflete nada mais do que a ideia principal da obra, sendo essa relativa ao olhar daquele que cria e ilustra. O que justifica o uso dele por leitores que, diferente de mim e da Thaís, aproveitam das formas para expressar o que as palavras não podem. Sem exageros e apego à ilustração, esse estilo é um movimento de permissão e liberdade. 

Se não tinha como gostar mais dessa tendência, agora tem. Além de sofisticada e simbólica, ela também é ferramenta pessoal de leitores como nós. Mas com qual das capas você se identifica mais: minimalistas ou originais? Escreva sua opinião nos comentários e conta pra gente qual delas mora no seu coração.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

DIAS VAZIOS


É apenas mais uma noite e estou aqui a sua espera. Eu posso sentir minhas forças se esvaindo, meu limite chegando. Mas quero que abra seus olhos e veja que os céus cairão sobre nós e ainda permaneceremos de pé. Você consegue desistir?

Isso é tão injusto, ter algo tão forte e verdadeiro fora do meu alcance, deixar ir e saber que só resta o vazio. O destino foi cruel não é mesmo? É bem possível que tenhamos achado o amor bem aqui diante de nossos olhos e deixamos ele escapar por entre nossos dedos. É apenas mais uma noite e estou aqui em claro sentindo sua ausência. 

Todas as luzes me guiam até você e eu posso ouvir seu coração fala comigo e ele quer o mesmo. Então olhe para as estrelas a noite e veja. Nossos caminhos se cruzarão e mesmo que meu coração sangre, ele só escuta suas batidas. Eu posso ver as estrelas e posso vê-lo em meus braços. Eu posso ver as estrelas e elas me mostram seus olhos.