domingo, 18 de setembro de 2016

ACHO QUE TAMBÉM PRECISO FALAR DO AUGUSTO


Conheci ele num bar, ele estava ali sentado, me esperando, depois que lhe dei inúmeras e estupidas desculpas para não encontrá-lo, pensando em todas as ondas de passado possíveis, pensando em como tudo já tinha dado errado. Ele ignorou todas as desculpas e me esperou. Ele estava ali, sentado com o seu copo meio cheio, sua camiseta laranja e sua bermuda jeans. Ele me olhou, assim que cheguei, como se tivesse percebido minha presença.Chovia naquele verão de 19 de dezembro, chovia e eu estava com um guarda- chuvas quebrado, ele o segurou pra mim e segurou a minha bolsa, eu sorri, não estava acostumada a gentilezas.  Ele tentava puxar assunto, eu tentava me enfiar num buraco na calçada e nunca mais sair. Não podia me apaixonar por aquele cara, não podia, não podia.

Conversamos, parecia que já o conhecia há anos. Já conhecia, daqueles anos esquecidos na escola, anos em que nos ignorávamos. Mas por que mesmo você me procurou? Essa pergunta martelou em minha mente aquela noite toda, até que ele perguntou o que eu queria beber e inesperadamente me roubou um beijo. Acho que não consegui esconder a minha surpresa .

Nos falamos, por dias, mensagens foram trocadas, poemas foram enviados. E sumiço, eu não entendi porque ele fez aquilo, mas ele sumiu e numa noite de quinta-feira enquanto eu discutia sobre romantismo no intervalo da faculdade, recebo uma mensagem dele: oi, sinto sua falta. É, eu não podia me apaixonar por aquele cara, não podia.

Nós namoramos, demoraram oito meses e ele fezmeu olho brilhar com aquele pedido surpresa, nós namoramos, nós nos conhecemos, fomos ao cinema mais de cem vezes, cozinhamos, eu atrapalhada, ele conhecedor.  Nós terminamos. Sim, um dia eu liguei pra ele, desesperada pra conseguir resolver os nossos erros e não consegui. Terminamos.

Chorei, chorei mais do que qualquer dia da minha vida, as palavras ficaram sufocadas no meu peito, eu chorei e tive raiva, eu chorei e tive medo. Todas as músicas me lembravam ele, todos os filmes de amor, todos os meus textos. Eu ia num restaurante japonês e me perguntava onde estava ele, que não ali do meu lado.

Nós voltamos, após cinco longos meses de aprendizagem, de alto conhecimento, de amadurecimento, não foi fácil voltar, não foi como nos filmes de comédia romântica, o casal correndo na praia sob a luz do por do sol pra s encontrar e viver feliz pra sempre, não. Doeu, tiramos os espinhos e as limitações.

E todas as estradas que temos que seguir são sinuosas, e todas as luzes que nos levam até lá nos cegam, é, tem tantas coisas que eu quero dizer pra você e não sei como. Nossa música, Wonderwall do Oasis, aquela que ouvimos enquanto ele me levava pra casa no primeiro encontro, acho que realmente nos descreve. Agora quando eu olho pra ele, eu vejo tudo que somos, somos amor, somos força, somos cumplicidade e paixão. Somos tudo que deveriamos ser e tudo que preciso que a gente seja.

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