sexta-feira, 24 de abril de 2015

Resenha: Quem é você Alasca? - John Green

Título Original: Looking for Alaska
Autor: John Green
Editora: Intrínseca
Páginas: 240
Gênero: Ficção/Romance
País: EUA
Onde comprar:SubmarinoAmericanas

Depois de ler muitas resenhas elogiando e de ter uma vontade enorme de mudar a minha imagem sobre John Green depois de O teorema Katherine, resolvi me render e ler Quem é você Alasca? 

Em "Quem é você Alasca?" conhecemos a história de Miles, um garoto que coleciona últimas palavras, mas que não tem amigos e  resolve sair completamente da sua rotina indo para um internato. Miles está a procura do seu Grande Talvez, inspirado pelas últimas palavras de François Babelais e eu me pergunto, não estamos todos?

"Vocês fumam para saborear. Eu fumo para morrer."

No internato, Culver Creek, local em que estudaram vários membros de sua família, Miles consegue fazer amizade logo de cara com o seu colega de quarto, conhecido por Coronel. Coronel pareceu-me um garoto bem mal-humorado de início, mas logo tornou-se o melhor amigo de Miles que foi apelidado pelo Coronel de Gordo. Coronel acaba enturmando Miles em seu grupinho de amigos, assim conhecemos Takumi, Lara e Alasca. Confesso que estava bem curiosa para conhecer Alasca e no começo eu a odiei, achei uma personagem muito forçada, mas ao longo da história compreendi melhor as atitudes da Alasca e a vi como uma garota de personalidade forte. Obviamente, Miles acaba se apaixonando por Alasca, porém a garota tem um namorado.

"Passamos a vida inteira no labirinto, perdidos, pensando em como um dia conseguiremos escapar e em quanto será legal. Imaginar esse futuro é o que nos impulsiona para a frente, mas nunca fazemos nada. Simplesmente usamos o futuro para escapar do presente."

Bom, o meio do livro nos surpreende com um acontecimento bombástico. Ao decorrer dos capítulos podemos observar uma contagem ao nomeá-los: "Quarenta dias antes" e fiquei me perguntando, antes do que? Foi isso que me impulsionou a seguir com a leitura, e realmente, após o acontecimento o livro toma um rumo completamente diferente e chega a ganhar uma pequena seriedade que não havia no começo.

"Pensando que, se as pessoas fossem chuva, eu era garoa e ela um furacão."

Quem é você Alasca? termina com um desfecho chocante e vários questionamentos, tanto referente a história em si, como também nos fez questionar "Será que existe amor verdadeiro?" ou "O que há após a morte?". Nos mostra o amadurecimento dos adolescentes de Culver Creek frente ao acontecimento principal do livro.

Não posso dizer que esse livro me cativou completamente, A culpa é das estrelas me emocionou bem mais. Todavia, "Quem é você Alasca?" me conquistou muito mais do que O teorema Katherine (espero que John Green não me processe). Recomendo!

CLASSIFICAÇÃO: 

Sinopse:  Miles Halter é um adolescente fissurado por célebres últimas palavras que, cansado de sua vidinha pacata e sem graça em casa, vai estudar num colégio interno à procura daquilo que o poeta François Rabelais, quando estava à beira da morte, chamou de o "Grande Talvez". Muita coisa o aguarda em Culver Creek, inclusive Alasca Young, uma garota inteligente, espirituosa, problemática e extremamente sensual, que o levará para o seu labirinto e o catapultará em direção ao "Grande Talvez".


terça-feira, 14 de abril de 2015

JULGAMENTO


A bile queima ardentemente minha glote, asco.  Pobre inocente, não tem ideia não é mesmo? Do remedo de homem que você se tornou, sombra, mero desenho rascunhado. Por que você não abre os olhos para a criatura fraca e medíocre que você se tornou?
Tudo ficou extremamente claro, meu bem. E essa percepção está tomando lugar em minha mente o tempo todo. Você é fraco demais para entender os próprios erros. Estou cansada de me trancar por dentro, não posso deixar que isso me afogue no silêncio. Querido, Não posso perdoá-lo depois de compreender tudo o que vi. Depois de compreender pelo que vivi e pelo que estou morrendo.

Vamos fazer a sua maneira dessa vez. Não era o meu desprezo que você almejava? Continue escondendo a verdade atrás dos seus negros olhos, afinal, não posso consertá-lo, se não conserto a mim mesma. Não quero sua mão, acho que posso me salvar sozinha, afundando. Você fez a sua escolha e considera-se o rei da verdade, não consegue se livrar da culpa? Não quer ser a vítima dessa vez? Como eu pude me queimar dessa forma? Você nunca foi meu e eu deveria ter percebido, mas você sabe bem como manipular, não é mesmo? Eu deixei que você enxergasse minha alma através dos meus olhos e eu virei o seu passatempo. Gostaria de saber o que você vai fazer quando o mundo não orbitar ao seu redor, seria engraçado. Eu sei que você não nos vê da maneira que eu vejo, então sente-se e testemunhe seu próprio julgamento.

Mentiras que destruíram cada gota de tranquilidade, cada ponte que construímos e não posso culpar ninguém além de você. Você e a sua ignorância, você e os seus cálculos frios. Parecia tão verdadeiro e inocente, porém não passava de pura obscenidade. Que tal uma salva de palmas? Você pode pegar suas mentiras, eu realmente não me importo. Você não merece saber o que significou, porque não devia ter alcançado nenhuma parte de mim. Você enxugou as minhas lágrimas e afastou meus medos e nem por isso você foi quem eu pensei que fosse. Não perdeu tempo com arrependimentos, você voltou para aquilo que já conhecia e eu morri umas cem vezes. Enganei-me, como eu sabia que me enganaria. Você quer sair e quer ficar, quer saber? Eu quero que as estrelas e a lua colidam.


INSÔNIA


22h. Amanhã trabalho às 8h, saio de casa as 5h. E às 22h sua mão está na minha, seus olhos nos meus, seu rosto aproxima-se minimamente, eu respiro, você respira, eu acordo. Levanto da cama, caminho sorrateiramente pelo piso gelado, nas pontas dos pés. Bebo água, deito.

23h30. Eu te ligo, seus olhos ficam cautelosos, posso vê-los claramente no escuro do meu quarto, você ri, eu grito, você ri, eu grito, você ri. É mentira, descarada, suja, mentira.

23h32 meus olhos se abrem, gotas frias estão sob meus olhos, na testa, nas mãos. Eu respiro, viro para o lado esquerdo, fecho os olhos.

00h. O ar foge de forma desesperadora dos meus pulmões, minhas mãos tremem, grunhidos tomam conta do ambiente quieto e escuro. Grunhidos, silêncio, soluços, socos. Raiva, tudo fica vermelho. Nojo, asco. Levanto, meus pés já sabem o caminho, seguro o cabelo, saem palavras, saem dores, saem mágoas.

01h30. Em 3h e meia, preciso levantar, minha mente tenta encaixar as peças, me forço, mas nada faz sentido.

02h Silêncio.


03h30 Finalmente minha mente grita, implora, desespera-se. Eu engulo a seco, minhas mãos entorpecem aos poucos, minha consciência se vai.

sábado, 21 de fevereiro de 2015

A tendência minimalista


Espera aí, DESIGN EDITORIAL? Não pessoal, aqui é a Tai. Apesar de não me conhecerem, estou sempre atrás da tela fazendo ajustes no espaço de vocês. Sou amiga da Thaís, web designer oficial do Imperiódico, e agora colunista dessa nova fase do blog. Vocês podem ler meu perfil completo na página da Equipe do blog se quiserem. Meu papel aqui é debater com vocês sobre algumas tendências de design do mercado editorial, já que sou igualmente apaixonada por literatura e iconografia. Vão rolar ainda muitas análises da simbologia das capas e opiniões polêmicas. Por hoje, vamos apenas apreciar.

O tópico que escolhi pra começar está ligado a um gosto pessoal. Eu sempre achei o simples mais bonito, o que fez do minimalismo um dos meus movimentos preferidos. É um estilo que acabou pegando recentemente, tanto na internet quanto dentro da publicidade. O que não é novidade pra quem reparou nas novas embalagens de chocolate. Yummy.

O minimalismo presa o menor número de elementos, e consequentemente de recursos. Com poucas cores, acaba chamando atenção para a importância das formas geométricas e sua simetria. No caso das capas de livros, ele tende a um uso significativo de simbologias às vezes metafóricas. Pra não falar latim com vocês, não vou sair explicando o movimento minimalista na história da arte, mas é importante e interessante que vocês saibam que ele foi se construindo em meio ao século XX, e que se estende também para outros tipos de arte, como a literatura e a música.

Existe uma tendência grande desse estilo no mercado, porém zero das capas que vocês estão vendo são encontradas nas prateleiras. Essa observação nos leva à característica que eu considero uma das mais legais desse movimento. Minimalismo tem tudo a ver com opinião e visão, pois reflete nada mais do que a ideia principal da obra, sendo essa relativa ao olhar daquele que cria e ilustra. O que justifica o uso dele por leitores que, diferente de mim e da Thaís, aproveitam das formas para expressar o que as palavras não podem. Sem exageros e apego à ilustração, esse estilo é um movimento de permissão e liberdade. 

Se não tinha como gostar mais dessa tendência, agora tem. Além de sofisticada e simbólica, ela também é ferramenta pessoal de leitores como nós. Mas com qual das capas você se identifica mais: minimalistas ou originais? Escreva sua opinião nos comentários e conta pra gente qual delas mora no seu coração.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

DIAS VAZIOS


É apenas mais uma noite e estou aqui a sua espera. Eu posso sentir minhas forças se esvaindo, meu limite chegando. Mas quero que abra seus olhos e veja que os céus cairão sobre nós e ainda permaneceremos de pé. Você consegue desistir?

Isso é tão injusto, ter algo tão forte e verdadeiro fora do meu alcance, deixar ir e saber que só resta o vazio. O destino foi cruel não é mesmo? É bem possível que tenhamos achado o amor bem aqui diante de nossos olhos e deixamos ele escapar por entre nossos dedos. É apenas mais uma noite e estou aqui em claro sentindo sua ausência. 

Todas as luzes me guiam até você e eu posso ouvir seu coração fala comigo e ele quer o mesmo. Então olhe para as estrelas a noite e veja. Nossos caminhos se cruzarão e mesmo que meu coração sangre, ele só escuta suas batidas. Eu posso ver as estrelas e posso vê-lo em meus braços. Eu posso ver as estrelas e elas me mostram seus olhos.

PALAVRAS PERDIDAS


Ela é apenas uma pobre garota perdida e seus horizontes estão invertidos
Ela só quer ser amada 
Esconde-se de si mesma e segura-se da forma que pode
Ela é apenas uma pobre garota perdida procurando seu caminho
Então não a deixe essa noite sob o cuidado das estrelas
Encontre forças e não diga adeus.

Ela é apenas uma pobre garota perdida.
Então procure suas palavras esquecidas e as diga
Fique essa noite com ela
E escute seu coração falar

Porque ela é apenas uma pobre garota perdida
Procurando por amor...

Resenha: Veneno - Sarah Pinborough

Título Original: Poison
Autor: Sarah Pinborough
 
Editora: Única
Páginas: 224
Gênero: Ficção/Romance
País: EUA
Onde comprar: SubmarinoSaraiva

Veneno nada mais é do que uma releitura de um dos nossos contos de fadas preferidos, a Branca de Neve. Lilith, a madrasta má, casou-se com o pai de Branca, porém tem apenas quatro anos a mais que a enteada. Nesse livro a protagonista não é a nossa benevolente Branca de Neve e sim a rainha malvada Lilith. A rainha vem de uma linhagem de bruxas que praticam a magia negra, ela casou-se contra vontade e odeia o rei, mas precisa dele para manter seu estilo de vida. 

"Ela não podia ter o amor deles. Mas teria seu medo." 

O rei por sua vez, a ama, está encantado por sua beleza. No decorrer do enredo, o rei precisa ir a guerra e passará um bom tempo longe de casa. Lilith aproveita esse tempo para destilar o seu veneno contra Branca de Neve. Ela quer a todo custo que Branca de Neve se case e saia do castelo.

Em Veneno, os mocinhos não são cem por cento mocinhos e os vilões não são cem por cento vilões. Vemos personagens reais, com erros humanos. A história caminha como no conto de fadas original dos Irmãos Grimm. Os anões são encantadores, o caçador, como na história original pos em dúvida o seu caráter.

"A que se devia essa necessidade de ser visto como benevolente? Se é para ser cruel, então admita isso. Abrace isso. Qualquer outra coisa era apenas auto-ilusão e fraqueza."

Quase senti compaixão pela rainha, quase. E a Branca, bom...Será que é mesmo inocente e pura? Bom, vocês terão que ler para saber. Ao todo, gostei bastante de Veneno, o final me surpreendeu bastante e estou bastante ansiosa por Feitiço. Sarah Pinborough nos mostra que nem sempre há um felizes para sempre!
CLASSIFICAÇÃO: 

Sinopse: Não existe “Felizes para sempre”!
Você já pensou que uma rainha má tem seus motivos para agir como tal? E que princesas podem ser extremamente mimadas? E que príncipes não são encantados e reinos distantes também têm problemas reais? Então este livro é para você! Em Veneno, a autora Sarah Pinborough reconta a história de Branca de Neve de maneira sarcástica, madura e sem rodeios. Todos os personagens que nos cativaram por anos estão lá, mas seriam eles tão tolos quanto aparentam? Acompanhe a história de Branca de Neve e seu embate com a Rainha, sua madrasta. Você vai entender por que nem todos são só bons ou maus e que talvez o que seria “um final feliz” pode se tornar o pior dos pesadelos!Veneno é o primeiro livro da trilogia Encantadas, e já é um best-seller inglês. Sarah Pinborough coloca os contos de fadas de ponta-cabeça e narra histórias surpreendentes que a Disney jamais ousaria contar. Com um realismo cínico e cenas fortes, o leitor será levado a questionar, finalmente, quem são os mocinhos e quem são os vilões dos livros de fantasia!