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domingo, 25 de setembro de 2016

MAIS UM SOBRE VOCÊ

É estranho não é? Seus olhos fecham enquanto você ri das coisas idiotas que eu digo, você quase parece asiático e eu gosto, acho engraçado. Você me irrita a cada frase arrogante, você me irrita a ponto de querer gritar, mas eu gosto. Eu gosto de como você fica horas ao meu lado sem dizer uma palavra e esperando que eu diga todas, mesmo sabendo que não vou dizer.


Você consegue tirar meu ponto de equilíbrio e eu odeio, odeio tanto que chego a gostar. Eu adoro o modo como você me surpreende como sabe ler minhas mentiras e verdades. Você parece ter um livro de instruções de como me manusear. Eu adoro a ruga que se forma entre as suas sobrancelhas quando você está preocupado com o meu modo descuidado de ver a vida. E adoro o silêncio que você faz quando está transtornado, mas odeio quando joga tudo pelos ares numa crise de raiva. Eu amo a sua risada estranha e extravagante, é tão ridícula que me faz rir mesmo que a conversa não esteja engraçada. 

Eu odeio o modo que você toca o meu ombro, empurrando, sempre quando quer dar ênfase a alguma frase, eu odeio mesmo. Eu adoro quando você diz que meus olhos brilham e quando você faz as minhas bochechas corarem com suas conversas bobas. Odeio quando você esquece onde estão as suas meias, e grita a plenos pulmões que tudo se perde ao seu redor. E sabe o que mais? Eu amo cada pedacinho imperfeito seu, mesmo tendo tentado diversas vezes não amar, derrotada estou e estranhamente, te amo.

domingo, 29 de maio de 2016

Ela



As palavras se embaralham na mente caótica dela, cores, vibrações, sensações e ela se perde na própria ansiedade. Quer tudo pronto e para ontem, não consegue e se frustra com tudo que se acumula ao seu redor, a vida que passa e ela que fica.

Inquieta demais, precisa desse constante movimento do dia-a-dia e ao mesmo tempo gostaria de parar os ponteiros do relógio ao toque suave dos seus lábios nos dela, ou sentar na beira da praia ouvindo o barulho do mar. Meio louca essa aí, né? Ela e essa mania de caçar assunto, de verificar detalhes, de cutucar e instigar.

É assim que você a vê não é? A louca. Meio desesperada e intempestiva essa mulher, mas íntegra, verdadeira, a real ela, sempre e sem medo. Ela quer correr na chuva e deitar nos seus braços com nada além do som do seu riso. Ela quer dançar a noite inteira descalça e sentar a luz do luar com uma taça de vinho e um livro. Controversa essa menina, paradoxal, ela tem alma de menina e corpo de mulher. Ela é, simples e complicada, assim, ela mesma. 

sábado, 6 de setembro de 2014

ANTONÍMIA

               

A minha incapacidade de pensar em algo que não seja você me amedronta, incomoda. Seus lindos e tão pequenos olhos castanhos estão em toda parte, ocupam minha mente caótica, mesmo que em segundo plano. E esses olhos, escuros, como as mais belas opalas, interferem sutilmente na minha frequência cardíaca, entorpecem involuntariamente meus sentidos, Minha tão marcante individualidade foi brutalmente extinta pelo seu senso de humor ácido. Minha calmaria intocável, foi demolida por sua constante implicância. Que contraditório, ser desconstruído de forma implacável, para se sentir tão único e completo. É uma mistura de loucura e sanidade, de gelo e fogo, inferno e céu.

Chega a ser irreal. Almas gêmeas tão antônimas, extremos opostos tão unidos. Mas é real, tão real que cala todos os meus argumentos pessimistas, tão real que mudou meus conceitos.  Esse sentimento tão distinto, tão forte preenche meus poros. Sinto-me tão pequena, tão insegura perto de tudo isso, frágil como um dente de leão, que pode ser levado por qualquer brisa estival. Eu te amo, e é assim simples, descomplicado apesar das complicações. É como ver tudo alinhado dentro de um furacão. Nossos destinos foram cruzados e é assim, franco e eterno.

sábado, 9 de agosto de 2014

TORPOR

Fotografia: Dialog, Rudolf Bonvie 1973.

O som da sua voz lentamente tira o meu corpo do torpor. Aquela sensação horrível de não sentir e sentir ao mesmo tempo. É como se o mundo parasse, como se só houvesse aquela linha tênue entre a minha voz tremula e a sua rouca. E eu sinto falta, como eu, sinto falta do seus risos espontâneos e das suas manias ridículas.

Percebi hoje que pode ser aquele sentimento de que tanto sinto medo. Pode ser porque peguei-me involuntariamente adorando seus defeitos, sentindo seu perfume no meu casaco, aquele que eu usei naquele último encontro e que obviamente já lavei. O seu cheiro não devia ter saído? Flagrei-me desejando respirar novamente a fumaça irritante do seu cigarro misturada ao cheiro do seu perfume, sorrindo ao lembrar das coisas idiotas que você me disse ontem, antes da nossa briga silenciosa.

Sim, eu acho que posso estar te amando, incondicionalmente e isso dói. Dói como nunca doeu, pensar em nunca mais olhar nos seus olhos e ver aquele seu sorriso se formar lentamente nos seus lábios. Aquele sorriso fácil que só você sabe sorrir. Acho que te amar deixou de ser uma dúvida a partir do momento que eu me permiti sentir, eu te amo e como dói admitir, porque não estou admitindo para você.