domingo, 25 de setembro de 2016

MAIS UM SOBRE VOCÊ

É estranho não é? Seus olhos fecham enquanto você ri das coisas idiotas que eu digo, você quase parece asiático e eu gosto, acho engraçado. Você me irrita a cada frase arrogante, você me irrita a ponto de querer gritar, mas eu gosto. Eu gosto de como você fica horas ao meu lado sem dizer uma palavra e esperando que eu diga todas, mesmo sabendo que não vou dizer.


Você consegue tirar meu ponto de equilíbrio e eu odeio, odeio tanto que chego a gostar. Eu adoro o modo como você me surpreende como sabe ler minhas mentiras e verdades. Você parece ter um livro de instruções de como me manusear. Eu adoro a ruga que se forma entre as suas sobrancelhas quando você está preocupado com o meu modo descuidado de ver a vida. E adoro o silêncio que você faz quando está transtornado, mas odeio quando joga tudo pelos ares numa crise de raiva. Eu amo a sua risada estranha e extravagante, é tão ridícula que me faz rir mesmo que a conversa não esteja engraçada. 

Eu odeio o modo que você toca o meu ombro, empurrando, sempre quando quer dar ênfase a alguma frase, eu odeio mesmo. Eu adoro quando você diz que meus olhos brilham e quando você faz as minhas bochechas corarem com suas conversas bobas. Odeio quando você esquece onde estão as suas meias, e grita a plenos pulmões que tudo se perde ao seu redor. E sabe o que mais? Eu amo cada pedacinho imperfeito seu, mesmo tendo tentado diversas vezes não amar, derrotada estou e estranhamente, te amo.

sábado, 24 de setembro de 2016

UM RELATO SOBRE ELA


São 4h10, a madrugada escura e fria anuncia que todos estão dormindo, sonhando coisas aleatórias e talvez sem sentido. Eu não. Meu despertador toca às 4h10. As 4h30 eu deixo a água quente escorrer pelo meu corpo, numa tentativa completamente sem fundamento de despertar meu corpo. Meu corpo, porque a mente está a mil por hora mesmo em sonho. Eu sonho com o que deveria estar fazendo acordada. Por que foi que eu dormi mesmo? Ontem eu cheguei meia noite e meia, meu irmão estava dormindo. Aliás qual é mesmo o som do riso do meu irmão? Acho que não lembro.


E ai, eu a sinto. Vem como um soco, bem no centro do estômago, meu coração parece sair pela boca tamanho o aperto que sinto no perto. Eu antecipo, prevejo que não entregarei aquele trabalho de conclusão da faculdade semana que vem, prevejo que meu aluno vai derrubar tinta na roupa e que meu inglês vai sair em francês na frente do meu chefe. Prevejo que ao pegar o metro, ele vai parar embaixo do túnel e me deixar lá, no escuro. Talvez apareça um palhaço ou dois, pra me lembrar da minha ridícula clownrofobia e para terminar talvez eu estivesse com dois palhaços num avião sem paredes olhando pra baixo, sim também tenho aerofobia. Nada sai como o esperado, os planos escorrem entre meus dedos. Meu chão se esvai. Tudo isso as 4h10 da manhã.

Às 5h o trem passa, as almas vazias se sentam sem observar as pessoas ao redor, e ela vem novamente, um filme sobre tudo que não entreguei, sobre prazos, sobre acontecimentos que foram inesperados passam pela minha mente. Ela vem e eu só posso respirar fundo e ignorá-la, ela está ali ao meu lado todos os dias, espreitando, observando meus passos e esperando o momento crucial do ataque, eu a ignoro, talvez se a ignorar todos os dias, em todos os momentos, ela suma.

Às 7h eu chego, me perguntam se eu estou bem e ela está ali me cutucando, então desabo, as lágrimas vem sem serem convidadas e escorrem pelos meus olhos por alguns segundos. Eu as enxugo. Ela está ali, ao meu lado, rindo da estupidez da situação, rindo porque eu mesma estou me preenchendo disso, de esperar demais e me sufocar com as minhas própria expectativas. Ela ri. Eu me recomponho rapidamente, me viro e sorrio: Está tudo bem. E respiro fundo. Está tudo bem, fecho os olhos e continuo o dia. Está tudo bem.

domingo, 18 de setembro de 2016

ACHO QUE TAMBÉM PRECISO FALAR DO AUGUSTO


Conheci ele num bar, ele estava ali sentado, me esperando, depois que lhe dei inúmeras e estupidas desculpas para não encontrá-lo, pensando em todas as ondas de passado possíveis, pensando em como tudo já tinha dado errado. Ele ignorou todas as desculpas e me esperou. Ele estava ali, sentado com o seu copo meio cheio, sua camiseta laranja e sua bermuda jeans. Ele me olhou, assim que cheguei, como se tivesse percebido minha presença.Chovia naquele verão de 19 de dezembro, chovia e eu estava com um guarda- chuvas quebrado, ele o segurou pra mim e segurou a minha bolsa, eu sorri, não estava acostumada a gentilezas.  Ele tentava puxar assunto, eu tentava me enfiar num buraco na calçada e nunca mais sair. Não podia me apaixonar por aquele cara, não podia, não podia.

Conversamos, parecia que já o conhecia há anos. Já conhecia, daqueles anos esquecidos na escola, anos em que nos ignorávamos. Mas por que mesmo você me procurou? Essa pergunta martelou em minha mente aquela noite toda, até que ele perguntou o que eu queria beber e inesperadamente me roubou um beijo. Acho que não consegui esconder a minha surpresa .

Nos falamos, por dias, mensagens foram trocadas, poemas foram enviados. E sumiço, eu não entendi porque ele fez aquilo, mas ele sumiu e numa noite de quinta-feira enquanto eu discutia sobre romantismo no intervalo da faculdade, recebo uma mensagem dele: oi, sinto sua falta. É, eu não podia me apaixonar por aquele cara, não podia.

Nós namoramos, demoraram oito meses e ele fezmeu olho brilhar com aquele pedido surpresa, nós namoramos, nós nos conhecemos, fomos ao cinema mais de cem vezes, cozinhamos, eu atrapalhada, ele conhecedor.  Nós terminamos. Sim, um dia eu liguei pra ele, desesperada pra conseguir resolver os nossos erros e não consegui. Terminamos.

Chorei, chorei mais do que qualquer dia da minha vida, as palavras ficaram sufocadas no meu peito, eu chorei e tive raiva, eu chorei e tive medo. Todas as músicas me lembravam ele, todos os filmes de amor, todos os meus textos. Eu ia num restaurante japonês e me perguntava onde estava ele, que não ali do meu lado.

Nós voltamos, após cinco longos meses de aprendizagem, de alto conhecimento, de amadurecimento, não foi fácil voltar, não foi como nos filmes de comédia romântica, o casal correndo na praia sob a luz do por do sol pra s encontrar e viver feliz pra sempre, não. Doeu, tiramos os espinhos e as limitações.

E todas as estradas que temos que seguir são sinuosas, e todas as luzes que nos levam até lá nos cegam, é, tem tantas coisas que eu quero dizer pra você e não sei como. Nossa música, Wonderwall do Oasis, aquela que ouvimos enquanto ele me levava pra casa no primeiro encontro, acho que realmente nos descreve. Agora quando eu olho pra ele, eu vejo tudo que somos, somos amor, somos força, somos cumplicidade e paixão. Somos tudo que deveriamos ser e tudo que preciso que a gente seja.

domingo, 28 de agosto de 2016

EVENTOS: 24ª Bienal Internacional do livro de São Paulo


Nessa sexta-feira (26/08/2016) iniciou-se um dos eventos mais esperados para os amantes da literatura, a Bienal do Livro de São Paulo. O Imperiódico estava lá no primeiro dia e pela primeira vez com o credenciamento de blogueiros. Já no primeiro dia o evento estava mais cheio que o normal, mas consegui ver os estandes com calma e trago aqui um pouco das informações gerais para quem nunca foi e deseja ir.


Quando: de 26 de agosto a 4 de setembro
Onde: Pavilhão de Exposições Anhembi (Av. Olavo Fontoura, 1209, Santana)
Ingressos: R$ 20 (visitas de segunda a quinta-feira) e R$ 25 (visitas de sexta-feira a domingo)
Onde comprar: site da Tickets For Fun, em pontos de venda ou no próprio evento (não aconselho deixar para comprar na hora, as filas geralmente são imensas.
* Menores de 12 anos e maiores de 60 anos não pagam ingresso
Pacotes promocionais de ingressos
Pacote galerinha: dez ingressos meia-entrada dão 10% de desconto
Pacote galera: cinco ingressos inteiros dão 20% de desconto
Pacote família: três ingressos inteiros dão 10% de desconto
Transporte gratuito
Para os visitantes que forem de metrô, haverá aqueles ônibus gratuitos de sempre fazendo o trajeto de ida entre a estação Portuguesa-Tietê e o Anhembi durante todos os dias da semana. Aos finais de semana, também haverá ônibus fazendo o trajeto entre o Anhembi e a estação Barra Funda. Esse ano, diferente dos anteriores, o transporte gratuito está bem organizado, evitando as enormes filas debaixo do sol dos eventos anteriores.

Os estandes estão lindos, não tão glamurosos como na Bienal de 2014, mas ainda assim com algumas atrações, o estande da Editora Rocco, por exemplo, trouxe a nossa tão amada plataforma  9 ¾ da estação King's Cross na lateral e é claro que nós corremos para tirar várias fotos.

Como sempre o evento traz autores internacionais, novamente a irlandesa Lucinda Riley é uma convidada para essa edição, famosa pelos livros "As Sete Irmãs" e " A Casa das Orquídeas", além de Lucinda, a também irlandesa Marian Keyes será convidada do evento, ela é autora de "Melancia" e "Sushi".
No link a seguir vocês poderão conferir a programação completa de autores: Programação.

Muitos visitantes vão ao evento na intenção de encontrar exemplares num valor mais em conta. Esse ano, nos estandes das editoras encontrei poucas promoções e poucos livros que estavam com o preço valendo a pena. Em compensação, o estande da Editora Minuano estava com muitos livros em promoção, são livros com pequenos defeitos, que provavelmente foram descartados na livraria, porém fiz uma aquisição de 6 exemplares só nesse estande.

A Bienal vai até o dia 4 de setembro e ainda dá tempo de conferir bastante coisa, amantes de livros, não percam tempo! Vou deixar abaixo uma listinha com os livros que comprei e os valores de cada um:
  • Oxford English Grammar Course - R$ 20,00
  • Oxford Learner´s Thessaurus ( a dictionary of synonyms) - R$ 20,00
  • O mágico de oz, Baum - R$ 15,00
  • O presente, Cecília Ahern - R$ 10,00
  • Dragões do Éter Vol.2, Raphael Draccon - R$ 10,00
  • Macbeth, Shakeaspeare (em inglês) - R$ 5,00
  • A menina que não sabia ler, John Harding - R$ 10,00
  • The Scarlet Letter, Nathaniel Hawthorne - R$ 10,00
  • Proibido, Tabitha Suzuma - R$ 10,00












sexta-feira, 29 de julho de 2016

Resenha: Caixa de Pássaros - Josh Malerman

Título Original: Bird Box
Autor: Josh Malerman
Editora: Intrínseca
Páginas: 268
Gênero: Suspense
País: EUA
Onde Comprar:SaraivaSubmarino

Não abra seus olhos. Essa é a frase marcante de Caixa de Pássaros, livro de estreia de Josh Malerman. Perturbador é uma palavra que define o thriller de Malerman, o medo e a própria audição tornam-se os maiores monstros nessa história. E o que pode ser maior do que o medo do desconhecido?

Malorie muda-se com a irmã Shanon para Detroit e lá descobre estar grávida. Ao mesmo tempo, fatos inexplicáveis e inesperados começam a ocorrer ao redor do mundo. As pessoas, ao verem determinada coisa que por falta de conhecimento é chamada de criatura, começam a cometer atos violentos, como enterrar o próprio filho vivo ou arrancar a pele da sua vizinha à dentadas e logo após cometerem suicídio de formas igualmente violentas.

As pessoas começam a se proteger, trancam-se em casa, cobrem as janelas com papelão e cobertores ou tábuas, usam vendas para sair nas ruas. Malorie então procura uma casa onde os sobreviventes estão se abrigando, um local mais seguro. E é ai que a histeria começa. Como enfrentar algo que não conhecemos? Algo que não podemos ver? Como lutar contra algo que não sabemos o que é?

Quatro anos depois, vemos uma Malorie fria, quase como um general, tentando fugir com seus filhos a quem chama de Garoto e Menina da casa em que vivem, agora vazia,  por falta de mantimentos e para encontrar um lugar mais seguro. Eles devem ir pelo rio, vendados e atentos a todo e qualquer som, mas Malorie treinou bem os filhos para utilizar a audição, tão bem que eles podem interpretar até mesmo a sua respiração.

" Será que é o homem enlouquecido? Será que as criaturas rosnam? Será que fazem algum barulho?"

A história se intercala então entre esses dois tempos, no passado, na vivência de Malorie com os cinco sobreviventes na casa para qual ela viaja e na sua jornada pelo rio. Cada momento da história é carregado de extrema agonia e tensão. Pense no que mais lhe dá medo? Um palhaço, uma barata, altura. Agora imagine que esse medo não tem uma definição, não tem uma forma, não tem um nome, você não conhece. É um livro muito sensorial. Os personagens não podem ver, nós leitores não podemos ver, nós sentimos o medo, a tensão, o suspense.

A maior parte do livro se passa na vivência com os sobreviventes e como é interessante observar o convívio em sociedade, em coletividade, num ambiente pós- apocalíptico, os conflitos entre os personagens são reais e nos fazem pensar a que ponto pode chegar o ser humano em uma situação de sobrevivência?

"- Seja o que for - continua Tom -, nossas mentes não conseguem entender. Pelo que parece, as criaturas são como o infinito. Algo complexo demais para nossa cabeça. Sabe?"
Bom, é um livro instigante, com um enredo de tirar a paz, mas com um final controverso. Para quem gosta de histórias bem mastigadas e com o desfecho bem explicado, não deve ler Caixa de Pássaros, esse não é um livro que te dá explicações e informações digeridas. É uma história que te faz pensar, que mexe com o seu psicológico e por isso não é um final que agrada a todos.

                          CLASSIFICAÇÃO: 

Sinopse: Romance de estreia de Josh Malerman, Caixa de pássaros é um thriller psicológico tenso e aterrorizante, que explora a essência do medo. Uma história que vai deixar o leitor completamente sem fôlego mesmo depois de terminar de ler. 
Basta uma olhadela para desencadear um impulso violento e incontrolável que acabará em suicídio. Ninguém é imune e ninguém sabe o que provoca essa reação nas pessoas. Cinco anos depois do surto ter começado, restaram poucos sobreviventes, entre eles Malorie e dois filhos pequenos. Ela sonha em fugir para um local onde a família possa ficar em segurança, mas a viagem que tem pela frente é assustadora: uma decisão errada e eles morrerão.

segunda-feira, 25 de julho de 2016

Resenha: E se for você? - Rebecca Donovan

Título Original: What If
Autor: Rebecca Donovan
Editora: Globo Alt
Páginas: 415
Gênero: Romance, Young Adult, New Adult, Ficção
País: EUA
Onde Comprar: SaraivaSubmarino

Lançamento de 2016 da editora Globo Alt, "E se for você?"  da escritora norte-americana Rebecca Donovan, fala sobre a importância das amizades, sobre perdas e não só sobre perder amigos ou entes queridos, mas sobre perder a si mesmo para conseguir se encontrar. Comparado com as histórias de John Green, "E se for você?" traz questionamentos reais e vai além do romance adolescente que aparenta ser.

Rebecca nos mostra de maneira profunda pela construção de cada personagem que a vida sempre nos oferece uma chance de recomeçar e, traz o questionamento do título do livro: " E se...?''. Quantas vezes nos perguntamos o que teria acontecido em determinada situação se tivéssemos agido de forma diferente? E se eu tivesse aproveitado mais o momento?

" Nunca olhei nos olhos de alguém por tanto tempo. Há tantas linhas e formas. Quanto mais olho, mais cores descubro."

O livro nos conta a história de Cal, Richelle, Nicole e Rae, quatro amigos de infância que em determinado momento da história se afastam. A partir daí observamos, anos depois, a vida de Cal na faculdade, até que ele reconhece os olhos extremamente azuis e a aparência física de Nicole, uma de suas amigas por quem sempre foi apaixonado. Convencido de que é a sua amiga, Cal se vê confuso quando a garota diz se chamar Nyelle e ao perceber que a personalidade de Nyelle difere muito da Nicole. Determinado a entender o mistério entre Nyelle e Nicole, Cal tem a ajuda de Rae, a única amiga com quem manteve contato.

Vamos assim, descobrindo um pouco mais sobre Nyelle e observando as loucuras que ela propõe a Cal, todas elas escritas numa misteriosa listinha. O livro é narrado por Cal, porém há determinados capítulos em que temos a visão de Richelle e Nicole sobre o passado dos quatro amigos. Com esses capítulos narrados por elas, fica mais fácil compreender a fascinação de Cal por Nyelle e entender a diferença de personalidade entre ela e Nicole. Essa característica em particular dá um certo toque de mistério à história.

" - Faça um pedido - me inclino e sussurro. Nyelle fecha os olhos, com um sorriso brotando devagar...Aperto a mão dela de leve e absorvo o brilho das estrelas refletido nos olhos dela, quando diz baixinho: - Desejo uma borboleta."

Todos os personagens tem características bem fortes, as personagens femininas tem itens que as diferenciam muito uma das outras e isso torna fácil a identificação dos personagens. A personagem de Nyelle, apesar de me lembrar um pouco a Alasca e a Margo de John Green, foi uma personagem que me cativou bastante por sua construção. Nyelle não é fácil de entender, não é um livro aberto com notas de rodapé, vamos entendendo aos poucos sua personalidade e ela nos ensina que devemos ser, quem queremos ser.
"E se for você?" é um livro simples, de leitura rápida e cativante, com nenhum acontecimento fora do normal, mas que nos traz lições valiosas sobre ouvir a voz do nosso coração, sobre amizade, sobre ser livre e sobre segundas chances. O livro aborda alguns assuntos pesados, mas de forma extremamente graciosa. Recomendo para quem deseja uma leitura leve e divertida, mas com alguns aprendizados e reflexões.

CLASSIFICAÇÃO: 


Sinopse: Cal acaba de entrar na faculdade e divide seu tempo entre aulas e festas com os amigos. Até que ele encontra Nicole Bentley, por quem ele foi apaixonado quando criança, e de quem nunca mais tinha ouvido falar desde que se formaram na escola, há mais de um ano. 
O único problema é que... aquela garota não é Nicole. Ela é idêntica à menina que conviveu com Cal, mas seu nome é Nyelle Preston e, ao contrário de Nicole, essa garota é impulsiva e ousada, e só quer aproveitar a vida. 
Quando os segredos do passado e do presente começam a colidir, de uma coisa ele poderá ter certeza: nada é o que parece ser. Com uma narrativa envolvente e poética, Rebecca Donovan cria personagens cativantes que despertam diversos questionamentos e emoções: 
E se pudéssemos mudar de rumo? 
E se nós permitíssemos apenas aproveitar o momento? 
E se o amor for algo bem mais simples do que imaginamos?

segunda-feira, 11 de julho de 2016

Resenha: A fronteira - L. Scheleger - Volume I

Titulo: A fronteira - Enigmas de outrora
Autor: L. Scheleger
Editora: Novo Século (Talentos da literatura brasileira)
Páginas: 381
Gênero: Ficção fantástica
País: Brasil
Onde comprar: AmazonSubmarino

Imagine um lugar completamente diferente de tudo que já viu, um lugar onde os animais tem personalidades humanas, existem mastodontes - uma espécie de mamute - bípedes, um local enigmático e instigante, onde tudo parece ser possível. Esse lugar é o continente de Benedicto, mas precisamente no império de Mefizeboth, ambiente da história de A fronteira, do jovem escritor L. Scheleger, que apesar do nome, é nacional e novo parceiro do blog. O império de Mefizeboth tem dois continentes Benedictio (terra abençoada) e Sprevit (terra amaldiçoada).

"Em algum lugar real ou imaginário,
Repleto de vidas reais ou imaginárias..."

A história começa apresentando-nos o jovem príncipe Nicholas, ele é principe do império de Mefizeboth, filho da rainha Jazebeth e do rei Emaneus. O jovem príncipe está no seu quarto, ao que parece passando por um epísódio de insônia, quando começa a sentir forças malígnas ao seu redor, logo após um momento de aflição, essa sensação passa, porém o príncipe ainda tem dificuldades para adormecer.

A partir desse momento visões do passado e sonhos enigmáticos começam a assolar os pensamentos de Nicholas e ele então decide ultrapassar as fronteiras e explorar o continente de Sprevit, jamais antes explorado. Logo após, nos é explicado que a rainha Jazebeth, mãe de Nicholas, numa noite de ano novo tem uma visão relacionada a morte do seu filho, que realmente é atacado por forças malignas e consegue escapar, a partir daí, Nicholas é perturbado por visões. Somos então carregados com Nicholas e seus amigos pelas aventuras dessa exploração ao continente de Sprevit.

"Mais uma visão conturbada nos sonhos de Nicholas...Em um cenário macabro, em um pesadelo tão, tão distante de toda a realidade...ou talvez não...na calada da noite"

É uma leitura confusa no início, são muitas informações novas que precisam ser visualizadas para que haja o entendimento desse universo novo criado por L. Scheleger, até que se pegue o ritmo com que o autor nos conduz, sentimo-nos um pouco revoltos de muitas informações e até um pouco perdidos. Acredito que no segundo livro, essa sensação não vá ser a mesma, já que do meio pro final conseguimos nos aprofundar na história e a leitura flui mais rápido. Apesar da narrativa um pouco arrastada, os personagens são bem construídos e nos prendem à história. Gostei da criatividade do autor, vamos aguardar o próximo volume!
CLASSIFICAÇÃO: 

Sinopse: O jovem príncipe Nicholas, impulsionado por forças desconhecidas e perturbado por enigmáticos sonhos e visões, tem de partir de sua terra, Benedictio, para enfrentar os assombrosos mistérios e incontáveis perigos de um continente amaldiçoado, Sprevit. Para isso, terá de atravessar uma imensurável e abissal fronteira no centro do oceano. Nesta mortífera aventura, ele contará com a ajuda de um grupo muito peculiar de amigos. Infindáveis batalhas os esperam, bem como terríveis segredos sepultados há centenas de anos. O risco se torna ainda maior quando repentinas traições vindas de dois confusos triângulos amorosos surgem entre eles, colocando tudo a perder. Prepare-se para uma aventura muito além da imaginação, num mundo repleto de criaturas fantásticas, mistérios e magia!

domingo, 29 de maio de 2016

Ela



As palavras se embaralham na mente caótica dela, cores, vibrações, sensações e ela se perde na própria ansiedade. Quer tudo pronto e para ontem, não consegue e se frustra com tudo que se acumula ao seu redor, a vida que passa e ela que fica.

Inquieta demais, precisa desse constante movimento do dia-a-dia e ao mesmo tempo gostaria de parar os ponteiros do relógio ao toque suave dos seus lábios nos dela, ou sentar na beira da praia ouvindo o barulho do mar. Meio louca essa aí, né? Ela e essa mania de caçar assunto, de verificar detalhes, de cutucar e instigar.

É assim que você a vê não é? A louca. Meio desesperada e intempestiva essa mulher, mas íntegra, verdadeira, a real ela, sempre e sem medo. Ela quer correr na chuva e deitar nos seus braços com nada além do som do seu riso. Ela quer dançar a noite inteira descalça e sentar a luz do luar com uma taça de vinho e um livro. Controversa essa menina, paradoxal, ela tem alma de menina e corpo de mulher. Ela é, simples e complicada, assim, ela mesma. 

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Do latim personalis


Ela é temperamental sim, reclamona, mas é que ela sonha demais, tanto que os sonhos vão além das suas possibilidades, maiores que a palma da sua mão. Ai ela se frustra, xinga, reclama, resmunga, uma velha de 70 anos num corpo de 22.

Vinte e dois, é, e logo ela pensa que terá 25, seus sonhos ainda todos ali no seu imaginário. E ela é doida mesmo, louca de pedra, fala sozinha, conversa em inglês, tudo pra suprir essa vontade maior que o peito de ter o mundo nas mãos. Independente, sem noção. Ela acha que pode tudo sozinha, mas sozinha só fica confusa, perdida. Mandona, tenta ter o controle de tudo em suas mãos, mas não controla nem a própria sede. Sede de ser mais, de alcançar tudo além dos seus limites, e ela é assim mesmo, maluquinha, louca de pedra.

Inconstante, ela quer aquele salgado que viu outro dia aquele moço comendo na padaria, chrgando lá entretanto, o doce chamou a atenção dela e resolveu mudar de ideia, de novo. Ela é meio impetuosa sim, meio explosiva, sai gritando a plenos pulmões coisas ininteligiveis. Mas tudo que ela precisa é daquele abraço que só você sabe dar e aquela sua maneira de encarar a vida brincando.

Ela chora, chorona que só ela, mas no outro dia acorda com aquela vontade de chutar o balde e ganhar o mundo de novo. Quer tanto, que frustra-se facilmente, esquece que amanhã a vida lhe oferecerá outra chance.
Ansiosa, quer tudo pra ontem, quer tudo resolvido, tudo no seu controle, impaciente demais, coloca o carro na frente dos bois e sai puxando, pra que esperar se ela pode fazer sozinha?

Forte, bruta, durona. Tudo mentira, ela é só amor, esconde-se atrás dessa fachada que não engana nem ela mesma.

Ela é mulher, amiga, companheira, mas no fundo é só menina. Louca de pedra, coitada.